Afinal, o que faz um bom jardim: os espaços para nos sentarmos e contemplarmos o sossego da natureza? A diversidade de árvores e plantas? A história e o ambiente relaxado? Mesmo com estas perguntas como guia, eleger os melhores entre os melhores é complicado e o resultado é sempre discutível. Esta selecção é obra de um inquérito levado a cabo pelo Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais (cE3c) da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, em colaboração com a Câmara Municipal de Lisboa, no âmbito do projecto europeu GREEN SURGE e do Plano de Acção Local para a Biodiversidade 2020 da CML. Neste estudo, foram consultadas 2091 pessoas, a quem se pediu para indicarem os espaços verdes que mais frequentavam e porquê. Aqui fica o pódio mais bem cheiroso de todos:
5.º L U G A R | PARQUE FLORESTAL DE MONSANTO
O “pulmão da cidade” continua a ser um dos lugares de eleição para um piquenique de fim-de-semana. Mas não só! São quase 1000 hectares de parque florestal, que abarca parques infantis, um anfiteatro, pólos de actividades de aventura e desporto, quase 300 quilómetros de percursos pedestres e cicláveis, uma prisão, vários moinhos, algumas das vistas mais bonitas sobre Lisboa (incluindo a do Restaurante Panorâmico, na foto acima)… E a sensação que temos é que ainda falta descobrir tantas coisas! 🌳
4.º L U G A R | PARQUE EDUARDO SÉTIMO DE INGLATERRA
Já falámos dele nesta carta de amor. Este é o jardim que torna os dias de quem trabalha na HomeLovers mais serenos e leves, por isso é normal que ocupe um lugar especial no nosso coração. 🙂 A sua actual configuração foi projectada pelo arquitecto Francisco Keil do Amaral, o mesmo que foi responsável pelos arranjos do parque de Monsanto.
3.º L U G A R | JARDIM DA ESTRELA
Foi inaugurado há 166 anos e, por mais incrível que possa parecer, já teve um leão como habitante – o “Leão da Estrela” ou “Rei do Deserto”, que passou os seus dias numa jaula até 1929. Este jardim tropical é, hoje em dia, povoado por seres bem menos improváveis: para além das carpas nos lagos, dos patos, gansos e pássaros, também há figueiras-da-Austrália e araucárias-de-Cook, castanheiros-da-Índia e cedros-do-Líbano.
2.º L U G A R | JARDIM DO CAMPO GRANDE
O agora apelidado de jardim Mário Soares sofreu uma grande reabilitação que, depois de longos anos de espera, fez com que este voltasse a ser um dos espaços públicos predilectos dos alfacinhas. Além dos icónicos barquinhos no lago restaurado, há equipamentos para todas as idades e gostos: as piscinas renovadas, um parque infantil, o primeiro recinto canino da cidade, o edifício Caleidoscópio (reaberto em 2016), campos de padel e muito mais!
1.º L U G A R | JARDINS DA FUNDAÇÃO CALOUSTE GULBENKIAN
E chegamos ao número um: os maravilhosos jardins da Gulbenkian! Não existe nenhum espaço verde em Lisboa com tanta actividade cultural de qualidade e que seja, ao mesmo tempo, uma referência absolutamente incontornável da arquitectura paisagista portuguesa. Antes de o projecto de António Viana Barreto e Gonçalo Ribeiro Telles ter sido construído, nos anos 60, este lugar desempenhou vários papéis, desde terreno agrícola a jardim zoológico, velódromo, hipódromo e até feira popular. Depois de a Fundação Calouste Gulbenkian ter adquirido o então denominado Parque de Santa Gertrudes, os jardins foram sofrendo várias mutações, passando por fases de degradação e de reabilitação, em 1975 e em 2000. Este último projecto de reabilitação voltou a trazer Ribeiro Telles a este espaço e deu-nos muitos dos recantos e os percursos que conhecemos tão bem. Vale a pena consultar a programação amiúde e conhecer a árvore e a ave em destaque em cada mês.