O cemitério dos Prazeres, a calçada das Necessidades, a rua do Sol ao Rato ou a do Poço dos Negros. De os ouvirmos desde sempre, estes nomes tornaram-se banais, mas se pensarmos nisso é difícil não ficarmos intrigados. Dos 3.643 arruamentos de Lisboa – entre ruas, travessas, largos, becos, avenidas praças, calçadas, azinhagas, escadinhas e outras 40 denominações – escolhemos contar-vos a história por trás de cinco deles.
|| Triste-Feia ||
Em Alcântara, há uma artéria da cidade que não não é avenida, rua ou travessa – é, apenas, a Triste-Feia. Este nome singelo já sugere o drama subjacente à história real, ou pelo menos ao que se sabe dela. As características (físicas e psicológicas) da mulher em questão foram imortalizadas pelos seus vizinhos. Diz-se que tinha duas irmãs bonitas e que, inconsolável com o facto de ser desprovida de tais atributos, se sentava a chorar à porta do número 28 desta ruela. A placa toponímica imortalizou-a para sempre.
|| Travessa do Fala-Só ||
Não há certezas absolutas, mas até os especialistas desta área acreditam que este nome se deve a um homem que falava sozinho. Não se sabe muito mais, mas já há registos deste famoso beco (que, mais tarde, se tornou travessa), que fica a dois passos do elevador da Glória, desde o início do século XIX.
|| Jardim das Pichas Murchas ||
A junta de freguesia já tentou mudar o nome pequeno largo no bairro do Castelo, mas os moradores juntaram-se e defenderam desta que é, provavelmente, a placa mais fotografada da cidade. Ganhou esta designação graças a Carlos Vinagre, um calceteiro da autarquia, motivado pela quantidade de órgãos sexuais masculinos que se sentavam nos bancos do largo.
|| Rua Prof. Georges Zbyszewski ||
Na HomeLovers, nunca tivemos uma casa nesta rua, mas sofremos por todos aqueles que moram aqui e têm de soletrar letra a letra cada vez que dão a sua morada. O dono deste nome era um geólogo de ascendência russa, que, depois de realizar várias missões científicas a Portugal nos anos 30, acabou por se radicar no nosso país.
|| Beco do Surra ||
Felizmente, este beco, que liga a rua do Museu da Artilharia à rua dos Remédios, não ganhou o seu nome por alguém ter levado uma surra. Há quem alegue que a inspiração veio de uma alcunha de um morador, mas o mais provável é que se deva ao facto de, no passado, terem trabalhado ali muitos surradores – profissionais da arte de curtir peles.
Podem saber mais sobre a incrível toponímia de Lisboa neste site da Câmara Municipal, basta escrever o nome da rua e já está! 🙂